Eugostode... velas.
Eu gosto de velas e sei disso, porque, quando vou a uma loja onde as há à venda, paro sempre tempo imenso a vê-las, a cheirá-las, a mexer-lhes, a imaginar como seria queimá-las em determinadas circunstâncias.
Lembro-me que, em pequena, as velas significavam que a electricidade tinha faltado, que não tínhamos iluminação e íamos andar pela casa com uma vela acesa, de cera amarela, mal cheirosa e que ficava escondida numa gaveta, sempre que a lâmpada se voltava a iluminar.
Lembro-me também que as velas estavam associadas a rituais religosos, procissões nocturnas, missas da Quaresma ou da Páscoa, baptismos e funerais. Algumas ardiam com alegrias, outras com tristeza, mas sempre com cerimónia.
Hoje as velas são companhias, são encanto, são cores e decoração, são envolvência. Pertencem a rituais, mas muito mais pagãos. Iluminam olhos que querem ver, mas que querem mistério e querem descobertas veladas.
Eu gosto de velas, gosto da luz que me dão, da dança da chama, que consome a cera, hoje cheirosa e colorida.